Deixamos
Tokyo para trás e fomos em direção ao Monte Fuji. Para chegar lá, acho que
foram 2 baldeações. Na última, pegamos um trem todo decorado de Thomas, o trem,
um desenho infantil famoso. Ao lado tinha um trem todo desenhado de caricaturas
de Fuji.
Ficamos
em um hotel estilo japonês em frente à estação Kawaguchiko, o Kawaguchi-ko
Station Inn. O senhor que nos atendeu foi super simpático. No almoço comemos o
prato típico da região, o Hodou. Depois fomos ao lago e andamos de pedalinho.
Quando vinham umas ondas causadas pelos barcos a motor, eu ficava meio
histérica, parecia que o pedalinho ia virar, claro que meu namorado ficou rindo,
né. Perto do pedalinho fica um
teleférico. Do topo tem a vista para o Fuji, mas o topo estava nublado no dia. O
monte onde fica o teleférico se chama Kachikachi-yama, famoso por ser o palco
de um conto japonês, que reflete em toda a temática do passeio.
Lago |
Teleférico |
A vista do Teleférico |
Dormimos
por uma hora. E nos preparamos para subir o Monte Fuji. Confesso que estávamos
já cansados, dois dias andando sem parar, minhas pernas estavam gritando. Mas
mesmo assim resolvemos subir. Pegamos um ônibus as 20h que nos levou à 5ª
estação. A viagem demora aproximadamente uma hora. Chegando já se podia sentir
um pouco mais frio, devido à altitude. Para usar o banheiro tem que pagar 50 yens.
Na parede do banheiro tinha um papel de aviso escrito em inglês. Mas estava
todo corrigido, achei engraçado isso. Na 4ª estação tem várias lojinhas, mas
como chegamos de noite só tinha uma aberta.
Depois
de uma pausa de 10 min ou um pouco mais, resolvemos subir, eu não tinha mapa na
mão então fiquei com medo de não estarmos no caminho certo. Mas tinha um casal
na nossa frente, o que me deixou mais calma. A subida no começo, bem no começo,
era nada. Bem tranquila, apenas uma caminhada. Só a escuridão. Tanto que o meu
namorado disse “se a subida for assim tá bom”. Mas claro que não seria tão
tranquilo assim. Chegamos na 6ª estação e finalmente recebemos um mapa. A 6ª
estação fica na altura de 2,390m. O caminho entre as estações era meio longo. Andávamos
e andávamos e parecia que nunca iríamos chegar. Mas na escuridão, longe das
luzes da cidade, podemos ver um céu muito estrelado. As nuvens que cobriam o
Monte durante a tarde haviam ido embora para a nossa sorte. Acho que foi a
primeira vez que vi um céu tão estrelado.
Da 6ª para a 7ª, a distancia é menos de 500m, mas por ser em ziguezague
estipula-se demorar uma hora. Da 7ª estação até a 8ª, 400m de distância e está
estipulado que demora 100 minutos. Por que? Muitos ziguezagues. Parece fácil,
mas não é. Chegamos a ter que usar as mãos para subir, quase uma escalada. Da
8ª à outra 8ª estação começou o frio. Quem diria que em pleno verão de mais de
30°C sentiria frio como senti. Era necessário fazer breves pausas para descanso,
mas ao parar, o corpo esfriava muito rapidamente. Foi uma situação estranha.
Nesse ponto eu estava quase desistindo. Estava exausta. Obrigava a minha perna
a andar. Fiz várias pausas. Depois dos 3,400m, na penúltima estação e já com
alguma folga no tempo para chegarmos ao topo no horário que estipulamos, paramos
para comer algo quente (antes disso, comíamos apenas alguns Calorie Mates, para
repor a energia, e tomávamos água no caminho). Foi um alívio. Essa parada foi a
que mais gastamos tempo. Fora essa parávamos por 1 ou 2 min, pois era
importante manter um ritmo de subida. Chegando razoavelmente perto do topo, filas
começaram a se formar para subir. Sim, tem muitos loucos a subir. E vão todos
em agosto, única época do ano que as trilhas ficam abertas para a subida. Não
sei por que no final não sentia mais dor nas pernas e pude subir
tranquilamente. Ah, chegamos a usar o spray de oxigênio, mas não foi porque
passamos mal. Era só precavendo mesmo, durante as pausas. Conseguimos chegar ao
topo antes do nascer do sol. O que eu vi topo é indescritível. Sabe aqueles
raios saindo dos desenhos do Fuji, como na bandeira do Sol Nascente? Pude
compreender. A luz do sol antes de nascer faz o mesmo formato. O horizonte ia muito longe, avistando inúmeras
cidades. Tudo muito lindo que ficarão na minha memória pra sempre.
Um pouco do nascer do sol |
O topo do monte |
O
pior estava por vir, a descida. O caminho era íngreme e cheio de pedras soltas
e areias, logo bem escorregadio. Na subida fomos muito bem, mas na descida...
todos nos ultrapassavam. E não conseguimos achar uma forma de descer sem nos
preocuparmos com possíveis quedas.
Quando
chegamos à 5ª estação, eu só pensava em entrar no ônibus e voltar para o
hotel. Nosso check-out era às 11h e
queria muito chegar antes. E deu certo, as 10h e pouco estávamos no hotel e o
senhor super simpático deixou que tomássemos banho e arrumássemos nossas coisas
antes de fazer o check-out sem nos apressar. Ufa! O banho é um grande ofuro
(separando homens e mulheres). Tinha uma vista incrível para o Fuji, ainda bem
que naquele horário só tinha eu tomando banho.
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